terça-feira, 27 de julho de 2010

Carta da Mónica

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olá a todos

O meu nome é Maria Mónica Silva, tenho 25 anos, sou microbióloga embora ainda não tive oportunidade de exercer na minha área de estudo. Sou fascinada pela área da genética e o meu sonho era continuar os meus estudos e conseguir um doutoramento em genética ou biotecnologia molecular e continuar na área da investigação Adoro literatura clássica, teatro e todos os géneros de música.


Há 5 anos atrás eu fui diagnosticada com uma doença crónica e degenerativa - A Esclerose Múltipla. Encontro me neste momento no Canadá. Uma das razoes do meu regresso ao Canada (onde eu já tinha passado a minha infância) foi na esperança de encontrar melhores tratamentos para a minha doença. Um tratamento possível era um estudo clínico em Otava, em Ontário, onde estavam a usar células estaminais (células tronco) hematopoiéticas como tratamento. Eu mandei toda a informação necessária para ser considerada para o estudo mas o processo levou tanto tempo que quando finalmente fui chamada não só o estudo estava parado por falta de fundos, como eu já não podia ser considerada porque o meu grau de deficiência já tinha ultrapassado o limite imposto para o estudo. Desde então já tentei MUITOS tratamentos mas a minha doença continua a evoluir e já se esgotaram todas as alternativas de tratamentos possíveis quer aqui, quer em Portugal! Aos poucos tenho vindo a perder as minhas capacidades físicas - tenho problemas com o meu equilíbrio e não consigo estar em pé sem me segurar a algum objecto, tenho fraqueza nas mãos e nos braços, principalmente no lado esquerdo, obrigando me a fazer muitas tarefas apenas com a mão direita como me lavar e comer mas o meu maior problema é com as minhas pernas. Cansaço, espasmos e acima de tudo fraqueza nas pernas tem sido os grandes detrimentos na minha vida. Com o passar do tempo fui obrigada a andar de cadeira de rodas a longas distancias e mesmo em casa vi me obrigada a usar um andarilho mesmo para curtas distancias. Às vezes o nível de fadiga é de tal maneira grande que eu vejo me aflita para ir até ao meu quarto ou à casa de banho!

No entanto, e com isto tudo eu nunca perdi a esperança! Continuei à procura da esperança: esperança num dia melhor, esperança num dia sem cadeiras e andarilhos. Eu preciso da minha vida de volta!
A esperança para mim chegou na forma do Hospital Albert Einstein em São Paulo, um Hospital que oferece um tratamento com células estaminais (hematopoiéticas) para o tratamento da minha Esclerose Múltipla e que aceita pacientes com o meu grau de deficiência O tratamento custa 200,000 Reais). A minha família (eu e o meu irmão de 13 anos) vive do salário da minha mãe e não temos meios para este tratamento. No entanto sabemos que o meu tempo é muito escasso e se não for fazer o tratamento no futuro próximo será tarde demais e os danos serão irreversíveis.
Este procedimento não é sem riscos e embora eu tenha plena consciência disso, quero tenta-lo. Tenho esperança que o tratamento me permita regressar a minha vida normal ou que pelo menos sirva para parar a evolução da minha doença antes que eu deixe de conseguir andar, vestir me e de realizar outros gestos do quotidiano que se tem tornado tão difíceis!


A esperança neste tratamento, e num futuro melhor para mim e também para a minha família (que também sofre com a minha doença)! é o que me sustenta no meu dia-a-dia e se vocês me poderem ajudar na realização deste sonho, eu fico-vos eternamente grata. Qualquer gesto (por mais insignificante que pareça) pode fazer toda a diferença do mundo!
Obrigada!!!


Sinceramente agradecida,
Maria Mónica Silva
Meu contacto: maria_monica_s@hotmail.com

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